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Filme: Bonequinha de Luxo

 

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Bonequinha de Luxo conta a história da encantadora Holly Golightly, uma prostituta de luxo.

Holly possui um estilo invejável (que serviria de inspiração para as mulheres da época, com influências visíveis até hoje) e um carisma contagiante, mas ela não era apenas isso. Por trás da bela dama, havia uma mulher frágil, com seus próprios medos, capaz, acima de tudo de se apaixonar.

A poucos meses do retorno de seu irmão, Fred, Holly precisa arranjar uma maneira de provar a todos que consegue cuidar dele e de si mesma. E, para isso, nada melhor do que arranjar um casamento com um homem rico. Mas os planos dela podem mudar de rumo com a chegada do novo morador, Paul Varjak.

É um filme encantador. Se fosse feito hoje, provavelmente diriam que é uma comédia romântica com alguns dramas. Mas, se você fizer uma análise profunda, e lembrar da sociedade em que ele foi feito, perceberá que ele é muito mais do que isso. Bonequinha de luxo mostrou um lado feminino, que era inadmissível naquela época, com muita simplicidade (e digo isso num bom sentido).

Holly é vista não pelo que ela é profissionalmente (sim, o filme fala bastante dos 50 dólares para ir ao toilet, mas a profissão dela não é foco), mas pelo que ela é como pessoa, uma pessoa considerada louca, engraçada, encantadora, iningualável.

E a melhor parte é o final, quando se descobre que somos verdadeiros impostores, pretendendo levar uma vida apenas para fugir de nossos medos.

Paul – Holly, estou apaixonado por você.
Holly – E daí?
Paul –E daí?! E daí muita coisa. Eu a amo. Você me pertence.
Holly – Não. As pessoas não se pertencem.
Paul – Claro que sim.
Holly – Ninguém vai me pôr em uma jaula.
Paul –Não quero colocá-la em uma jaula. Eu quero amá-la.
Holly – É a mesma coisa.
Paul – Não é não. Holly…
Holly – Não sou Holly. Não sou nem Lula Mae. Não sei quem eu sou. Sou como esse gato. Somos dois coitados sem nome. Não  pertencemos a ninguém e ninguém pertence a nós. Nós nem sequer pertecemos um ao outro (…)
Paul –Sabe qual é o seu problema, Srta. Quem-quer-que-seja? Você é medrosa. Não tem coragem. Tem medo de encarar a realidade e dizer “A vida é um fato. As pessoas se apaixonam sim e pertencem umas às outras sim, porque esta é a única chance que têm de serem realmente felizes”. Você acha que é um espírito livre, selvagem e morre de medo de ser enjaulada. Bem, querida, você já está nessa jaula. Você mesma a construiu. E ela não fica em Tulip, Texas ou em  Somaliland. Ela está em qualquer lugar que você vá. Porque não importa para onde você corra, você sempre acaba trombando consigo mesma.

Agora eu quero ler o livro homônimo, de Truman Capote, que, na verdade, deu origem ao filme. Espero que seja tão bom quanto!

Um comentário:

  1. parabéns pela sua resenha soube sintetizar muito bem o filme

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